sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Aceitar e apoiar crianças com autismo

Olá a todos!

Há pouco mais de três meses recebemos o diagnóstico de autismo de nossos bebês, foi depois disso que nossa rotina foi totalmente alterada. Antes do diagnóstico pensávamos em matricular os meninos na escola quando completassem três aninhos, em relação aos profissionais, nunca nem ao menos cogitamos ser necessário. 
Achamos interessante relatar nossa experiência, pois às vezes parece que somos os únicos que passam por essa rotina, mas ao conversamos com outras famílias, nos damos conta que isso acontece com todos e o autismo necessita de cuidados intensivos para auxiliar no desenvolvimento de nossos amados. Por isso achamos tão importante e temos tanto respeito por todos os profissionais que os atendem nas diversas terapias.
Quando nos perguntam por que fazemos isso a resposta é simples e muito clara em nossa cabeça: fazemos porque queremos dar todas as ferramentas necessárias para que eles tenham a oportunidade de se desenvolverem sem forçar ou exigir algo que eles ainda não estejam preparados para assimilar.
Já citei em diversas ocasiões a necessidade de respeitar as características individuais de cada um, mas por que falamos tanto nisso? Muitas vezes os pais ou cuidadores não aceitam o diagnóstico de sua criança e tentam forçar incansavelmente tratamentos que ela não se identifica, com a intenção de trazê-la a "normalidade", achamos isso muito triste, pois as diferenças sempre irão existir e enquanto esperarmos que nossas crianças ajam como crianças típicas, consequentemente estamos declarando que não a aceitamos por inteiro. Todos temos estereotipias, mas se falando em autismo, claro que elas serão mais evidenciadas. Quando meus meninos sentem necessidade de girar a rodinha do carrinho, de andar nas pontas dos pés, não ficamos interrompendo, como se aquilo fosse algo feio, proibido. Muitas vezes a criança recebe tantas informações ao mesmo tempo que ela sente a necessidade de se autorregular e eles fazem isso dessa maneira. Percebemos que depois que começamos a realizar atividades variadas, os movimentos diminuíram demais, isso se deve ao fato deles estarem sempre ocupados e se divertindo em outras tarefas.
Todos os dias buscamos trazer atividades que sejam ao mesmo tempo produtivas (trazem benefícios variados) e divertidas (você percebe nas atitudes da criança que ela está feliz e com vontade de continuar a aprender e a brincar).
Resumindo, oferecer estímulos variados nos deixam exaustos com certeza, não é fácil trabalhar o dia todo para depois ainda ter que iniciar uma rotina de estimulação, assim como correr pra levar em todos os atendimentos necessários, mas entendemos a importância dos tratamentos, de incentivar e estimular as crianças, pois através dos estímulos que damos para nossos filhos, não pretendemos transformá-los em crianças típicas, pretendemos ajudá-los a se desenvolver nos seus limites máximos, se eles chegarem ao ponto de perderem algumas características do autismo, tudo bem, se não, tudo bem também. Porque amar uma pessoa, significa aceitá-la por inteiro, e não tem como amar a criança e não gostar do seu autismo, porque ele faz parte de quem ela é. 



Autoria: Ana Paula Miranda

4 comentários:

  1. Amei!!! Isso mesmo, temos que amar as crianças por inteiro sempre.
    As fotos estão lindas...

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  2. Tambem sou mae de gemeos com TEA.
    Estamos juntas nessa caminhada.
    A estimulaçao é essencial.

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